O Twitter é uma empresa que deixa as outras companhias entre o amor e ódio, pois de um lado há o usuário, que quer ter “voz” através de seus tuites, e, do outro, há as empresas, que ainda aprendem a lidar com todos os dados gerados através do microblog, e começam a criar rumos para tirar daqueles 140 caracteres algum valor efetivo para seus negócios.
Para o CIO e companhias brasileiras, tenho duas notícias bacanas: a primeira é que o Twitter está abrindo um escritório no Brasil, em São Paulo, para poder trabalhar de forma mais próxima com as empresas nacionais, em busca de entregar a elas maior compreensão das oportunidades que a organização pode oferecer.
Para criar um ecossistema amplo e consistente para dar suporte às empresas interessadas em trabalhar de forma mais próxima, o Twitter iniciará, nos primórdios de 2013, um processo de certificação de parceiros (agências de publicidade e marketing digital, assim como integradores). “Já temos várias empresas interessadas”, afirma Guilherme Ribenboim, recém-nomeado diretor-geral do Twitter no Brasil. “A certificação de parceiros que operam no Brasil não vai demorar. Sabemos que a venda de operações de marketing e publicidade no Twitter é uma venda mais consultiva. Não temos um produto de prateleira”, avalia o executivo, dando a abertura necessária para a segunda “boa notícia”.
O segundo ponto, e a meu ver o mais interessante e intrigante, é que a empresa, de fato, sabe o quanto big data e soluções analíticas têm dado dores de cabeça às companhias brasileiras, mas também entende que é uma das principais plataformas de extração de valor para seus futuros clientes.
Não se trata apenas de fazer dinheiro com campanhas, e Shailesh Rao, vice-presidente de Receitas Internacionais do Twitter, deixou bem claro que sabe disso. “Estamos muito atentos a essas tendências e trabalhando forte para entregar valor das análises aos nossos clientes”, afirma o executivo. Esses parceiros que o Twitter quer encontrar serão responsáveis por também entregar análises de tráfego, dados e informações que ajudem as empresas a caminharem num sentido mais claro em meio ao mundaréu de tuites.
“Essa é uma questão que absolutamente está no nosso radar e é parte importante da nossa estratégia para o mercado corporativo”, afirma o VP. Então não se assuste se sua companhia for abordada pelo Twitter sobre business analytics e estruturação de dados.
A grande sacada é que, dessa forma, o microblog se torna aliado de todas as áreas de negócios das empresas, que de fato querem compreender melhor o que se passa na cabeça do consumidor/ cliente. Para o CIO, por exemplo, é um passo muito forte para estender o conhecimento analítico para as outras plataformas sociais. Para o gestor de RH é a oportunidade de encontrar um candidato mais adequado a uma vaga.
Sem, obviamente, ir a fundo sobre como serão feitas as análises – se será uma solução própria ou em parceria com algum fabricante -, fica, por exemplo, uma das novidades junto ao anúncio da abertura do escritório brasileiro: a partir deste mês, Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Salvador (BA), Manaus (AM), Guarulhos e Campinas (SP), Recife (PE), Belém (PA), Goiânia (GO) e São Luis (MA) estão entre as cidades que poderão conferir os assuntos mais debatidos na região através dos trend topics.
Essa segmentação já mostra o poder de extração de informações que o Twitter tem de seus dados, pois, com isso, se torna mais atraente tanto na questão de anúncio quanto na análise de necessidades locais – o que para uma rede varejista pode significar forma de fazer vendas mais direcionadas, por exemplo.
Fonte: http://crn.itweb.com.br/40323/twitter-quer-ser-parceiro-do-mercado-corporativo/