Nos EUA, na primeira metade da década de 90, com a intenção de terminar as manipulações contábeis e administrações controversas, surgiu a governança corporativa a partir de uma reflexão sobre a ética. Desse momento em diante, acionistas perceberam a importância de empregar novas regras que os assegurassem contra abusos de conselhos, diretoria e falta de auditoria externa.
O objetivo central da governança é criar processos, políticas e regulamentos que definam a forma como uma empresa deve ser administrada envolvendo, principalmente, o relacionamento de todas as partes interessadas: ela estabelece um conjunto de regras que propiciam maior agilidade e transparência, ajudando a “colocar ordem” na organização.
Consequentemente, as tomadas de decisões estratégicas para novos ou antigos projetos são tomadas com maior facilidade e organização pelo corpo diretivo. Para garantir, portanto, um bom relacionamento de todos os interessados e, consequentemente, aumentar a confiança entre eles, a governança corporativa utiliza três ferramentas: o conselho de administração, o conselho fiscal e a auditoria independente.
Que tal aprender como otimizar processos administrativos na sua organização e saber como desenvolver as melhores táticas? Acompanhe tudo até o final deste artigo!
Saiba quais são os 4 princípios básicos da governança corporativa
Para que a governança corporativa se torne cultural dentro da instituição, é necessário seguir quatro princípios básicos que servirão como guias para as práticas. De uma forma geral, a finalidade desses princípios é proteger o direito das partes interessadas, manter a integridade na gestão e preservar a organização de atitudes ilícitas e de privilégios.
A seguir, falaremos um pouco mais sobre cada princípio.
1. Equidade
O conceito de “equidade” faz referência à relação de isonomia entre os colaboradores, os gestores e os stakeholders. Tal igualdade deve ser levada em consideração em aspectos como direitos, deveres, interesses e necessidades. Com isso, é possível garantir maior fluência nos processos
2. Transparência
É importante que haja transparência em todo o processo, bem como entre todos os stakeholders envolvidos. Por conseguinte, deve haver mecanismos que garantam que todos estejam bem informados sobre os métodos organizacionais e as tomadas de decisão. Essa relação de transparência auxilia no engajamento com os objetivos da empresa, assim como melhora a relação entre as partes.
3. Prestação de contas
As prestações de contas devem ser realizadas por todos aqueles que possuem responsabilidades dentro da organização. Elas devem ser claras e concisas no que se refere a atos e decisões, que vão desde o nível financeiro até desempenhos das tarefas dos envolvidos.
4. Responsabilidade corporativa
É necessário levar em consideração uma visão mais panorâmica frente à sociedade. Por exemplo, se a sua empresa fabrica papéis, como ela pode impactar a natureza? Como pode se posicionar frente aos stakeholders de maneira que mostre a sua presença e atuação frente a tal assunto?
Além dos pontos citados, a adoção de tais princípios ainda não é suficiente. Ainda é necessário assumir algumas práticas, as quais citaremos abaixo.
Conheça as 5 práticas para começar a aplicar a governança corporativa
Governança corporativa é mais do que uma estratégia: é uma cultura adotada pela empresa. À vista disso, existem algumas práticas que ajudam a organização elaborar uma governança de sucesso. São elas:
1. Estabeleça uma hierarquia
As hierarquias mudam de acordo com cada instituição, entretanto, mesmo que soe como algo autoritário, estabelecê-la é fundamental. Todos os colaboradores devem saber a quem responder, ou seja, de quem é a liderança e a quem devem reportar.
Tal prática aprimora a organização, esclarecendo aos funcionários quem deve ordenar as atividades e definir as prioridades. Além disso, ao ter uma hierarquia definida, as decisões a serem tomadas ficam mais fáceis. Portanto, não tenha receio de definir cargos e responsabilidades.
2. Monte políticas organizacionais
Da mesma forma que criar uma hierarquia é importante, estabelecer como cada setor da organização deve atuar também é. Cada sócio deve saber bem o seu papel nas tomadas de decisão, assim como os acionistas e o conselho administrativo. Com isso, as equipes passarão a ser melhor orientadas para conseguirem chegar em resultados mais estratégicos, aumentando a sua produtividade!
3. Forme um conselho consultivo
Um conselho consultivo é, sem dúvidas, imprescindível para uma boa governança corporativa. Nele, são escolhidos mentores capacitados e de confiança, que possuam uma maior bagagem profissional. Por já terem passado por adversidades parecidas, proporcionarão uma orientação completa, a fim de direcionar melhores decisões de acordo com os objetivos traçados pela instituição.
4. Não faça tudo de uma vez
Na hora de implantar a governança corporativa, não corra com o processo. Lembre-se: toda mudança empresarial passa por um processo delicado, portanto, comece com pequenos passos. Inicie com aqueles que gerarão maior valor e, após criar a cultura organizacional da governança na empresa, todos adotarão o mesmo pensamento e ajudarão nas etapas sucessoras.
5. Faça um bom acompanhamento
Realizar reuniões periódicas faz com que os envolvidos (equipes, sócios e conselho administrativo) saibam mais sobre a situação da empresa como um todo, além de alimentar ainda mais a cultura da governança corporativa. Se possível, faça relatórios ou atas de cada reunião. Assim, será mais fácil manter o controle sobre o que está acontecendo.
Com tantas práticas a serem implantadas, fica difícil não imaginar os benefícios, não é mesmo? Então que tal saber um pouco mais sobre eles?
Entenda os benefícios da governança corporativa
A importância da governança corporativa é percebida em diferentes frentes numa empresa. Começando por aumentar as chances de sobrevivência das organizações, pois ela também aumenta a sua eficiência administrativa. Ao implantá-la, é possível prever graves problemas que podem, até mesmo, comprometer a operação uma vez que é possível solucionar conflitos com maior agilidade.
Além disso, os seus benefícios fazem com que a empresa seja bem-vista no mercado, já que é percebida com maior transparência e eficiência administrativa. Esse é um ponto positivo para atrair novos investidores e, consequentemente, fomentar o crescimento da organização.
Outro ponto de grande relevância é que organizações que utilizam a governança corporativa possuem uma grande fonte de vantagem competitiva, principalmente por estar relacionada a organizações estruturadas.
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