Chegada do robô de exploração Curiosity a solo alienígena, em 5 de agosto, foi transmitido via streaming de vídeo graças à infraestrutura da Amazon Web Services
Tom Soderstrom, CTO da Nasa (no destaque do telão e à direita no palco), e Khawaja Shams, engenheiro de software da JPL (no palco, à esquerda)
O espaço sideral é, seguramente, um dos grandes mistérios ainda não desbravados pelo homem. E a Amazon Web Services certamente não perderia a oportunidade de explorar sua participação na “conquista” de Marte com o robô Curiosity, enviado pela Nasa em agosto deste ano para explorar o planeta.
A sonda Curiosity teve como principal objetivo coletar imagens e informações sobre o planeta vizinho. Além do pouso em solo alienígena no dia 5 de agosto de 2012, o que por si só já é um projeto e tanto, todas as imagens do feito foram transmitidas simultaneamente para milhares de espectadores ao redor do mundo. Como? Por um serviço de streaming de vídeo da cloud computing da AWS.
Tom Soderstrom, CTO da Nasa, introduziu a história, logo na apresentação principal do primeiro dia do re:Invent, rimeiro evento global com foco em parceiros e clientes da AWS, que tomou corpo entre 27 e 28 de novembro em Las Vegas (EUA). “Concebemos o projeto mais ambicioso até então, o Laboratório Curiosity. Para isso, teríamos que construir o melhor veículo possível, do tamanho de um mini Cooper, que fizesse um pouso preciso depois de uma viagem espacial”, iniciou.
Ao estilo hollywoodiano, com músicas induzindo a sensações de tensão e alegria, e em entonação de voz milimetricamente calculada, Khawaja Shams, engenheiro de software do Jet Propulsion Laboratory (JPL), da Nasa, explicou com detalhes os segundos que precederam o sucesso do pouso da sonda e como a tecnologia democratizou o momento a todas as partes do mundo, por meio de sistemas de computação em nuvem.
“Engenheiros da Nasa trabalharam intensamente por quase uma década para que esse momento fosse possível. Podíamos sentir o sucesso no horizonte, mas o menor dos erros poderia levá-lo embora. Tudo tinha de ser perfeito”, bradou, como se o acontecimento ainda fosse uma previsão e não se soubesse o resultado.
Uma câmera acoplada ao robô deveria mostrar imagens em tempo real não somente para a equipe de cientistas, mas para pessoas ao redor de todo mundo, via web. “Eu poderia suportar a falha de dezenas de data centers e ainda entregar o streaming de vídeo a partir da JPL”, comentou. Tudo isso, por “uma solução que somente necessita de uma supervisão e pagamento pelo exato uso da capacidade. E só conseguimos uma solução como essas graças à invenção da computação em nuvem”, ponderou.
“A expectativa cresce ao redor do mundo. A Curiosity conseguiu entrar na atmosfera de Marte”, contou o indiano, como se fosse uma boa nova. “Demorei um pouco para perceber que a solução estava entregando 40 gigabytes por segundo”. E, de volta com o tom de novidade. “Curiosity pousa em Marte. O mundo inteiro celebra conosco”, e todos na plateia sentem que isso, de fato, acabou de acontecer. “No dia 5 de agosto tivemos dois sucessos: nós pousamos em Marte e compartilhamos as primeiras imagens com você, em tempo real. Missão cumprida”.
Não precisa nem descrever a onda de aplausos, não é mesmo?
Voltando aos negócios
Saindo da esfera emocional, e, inegavelmente, interessantíssima do relato, é preciso lembrar que cloud computing ainda é um negócio. Segundo os executivos, cloud computig tornou-se realidade na Nasa em 2008, quando ordens superiores impediram a compra de mais servidores físicos para a operação.
A partir de então, não demorou muito para a utilização de aplicações web de baixo risco baseadas em clouds públicas. Na sequência, o departamento notou que a tecnologia poderia, ao contrário do que muitos departamentos de TI e segmentos de mercado ainda pensam, atender a missões críticas de aplicações de segurança. “Muito cedo nos percebemos quão segura a computação é na nuvem”, disse Shams. “Thomas Edison permitiu que nós pensássemos em eletricidade como uma commodity de consumo. A computação em nuvem é este mesmo modelo aplicado a necessidades de computação, rede e storage”, finalizou Somderstrom.
Fonte:http://informationweek.itweb.com.br/11803/como-a-cloud-computing-ajudou-a-nasa-a-explorar-marte/