Nos últimos anos, a Nokia viu sua participação no mercado mundial de smartphones despencar de 32,9% em 2010, para 15,6% em 2011 e 4,9% em 2012, segundo a consultoria IDC.
A promessa de Narcizo é que a Nokia voltará ao jogo em 2013. “Este é o grande ano da virada da Nokia no mundo. Cuidado, Apple e Samsung, porque nosso portfólio é competitivo”.
As armas são os smartphones Lumia, que ganham novo fôlego com os primeiros modelos com Windows Phone 8, sistema operacional da Microsoft para smartphones. “Em 2013 teremos Lumia em faixas de preço que não temos hoje”, prevê.
Lacuna
Ontem, a empresa lançou no Brasil os modelos 920, 820, que chegaram ao mercado mundial em novembro, e o Lumia 620, apresentado em setembro. O mais barato e simples é o Lumia 620, que custa R$ 899. O mais sofisticado é o 920, vendido por R$ 1.999. As versões anteriores do Lumia são os modelos 800 e 710, cujo preço é R$ 599.
Narcizo explica que hoje há uma faixa de preço na qual a Nokia não tem produtos. E essa é uma lacuna que a empresa tem que preencher tanto no mercado de smartphones sofisticados quanto mais simples.
“A estratégia da Samsung, de ter um aparelho por segmento, a cada R$ 200 ou R$ 300, é que fez a empresa crescer tanto”, observa Fernando Belfort, líder da consultoria Frost&Sullivan para a América Latina.
Os Lumia, que venderam 4,4 milhões de unidades no quarto trimestre de 2012 no mundo, têm como alvo o topo da pirâmide e competem com iPhone, da Apple, e Galaxy, da Samsung.
Mas a maior parcela do mercado é atendida pelos Asha, aparelhos mais simples, focados em mercados emergentes, que oferecem conectividade a redes sociais e aplicativos e cujas vendas globais totalizaram 9,3 milhões de unidades no último trimestre de 2012. Há nove modelos Asha à venda no Brasil – o mais caro por R$ 399.
“O desafio é lançar Lumias com preço para baixo e Ashas para cima. Nosso propósito não é ser uma Apple. Queremos produtos para todos os nichos”, diz Narcizo.
Ano decisivo
Belfort avalia que 2013 promete um guerra acirrada no mercado de smartphones, com tradicionais empresas como Nokia e BlackBerry brigando por espaço.
“E algumas plataformas estão na frente. Será que as parcerias da Nokia e da Microsoft com operadoras e varejo serão suficientes?”, questiona. “A líder (Samsung) ainda está para ser batida”, completa.
Kevin Restivo, analista sênior da consultoria IDC, observa a briga é para ser o número dois. “Nokia e Microsoft têm que ser realistas. E a América Latina é um trampolim para o sucesso futuro”, avalia.
Belfort destaca que a disputa será especialmente expressiva no mercado corporativo, no qual a BlackBerry foi referência em mobilidade, e a Microsoft é forte devido ao Windows.
“Para profissionais de tecnologia, a grande preocupação com o fenômeno de consumerização da tecnologia é segurança e nossa plataforma permite total controle”, afirma Michel Levy, presidente da Microsoft, referindo-se à tendência de uso de dispositivos pessoais no ambiente corporativo.
Sem citar nomes, Narcizo diz que Nokia e Microsoft conquistaram contratos corporativos desde que anunciaram a parceria global, há dois anos e 12 dias.
O sucesso dos Lumia depende, em grande parte, da oferta de aplicativos. Segundo a Nokia, em todo o mundo há 125 mil aplicativos disponíveis para Windows Phone.
No início da parceria, eram 7 mil. Narcizo diz que, em dois anos, a empresa investirá R$ 20 milhões para qualificar desenvolvedores no Brasil.
No ano passado, 2,5 mil estudantes de 32 universidades foram treinados, não só em aspectos técnicos, mas também de negócios. Este ano, serão qualificados outros 4 mil.
Fonte: http://crn.itweb.com.br/41239/com-novos-smartphones-nokia-promete-virada/